Sentada no metrô, eu lia um livro. Uma mulher com um bebê no colo se levantou e caminhou até a porta. Perto dos policiais que estavam na passagem, passou mal e caiu. Era o meu sinal. Quando os agentes correram para socorrê-la, peguei meus panfletos e os distribuí para todos os presentes. Era um momento oportuno para difundir nossos ideais, reprimidos pelo Estado. Todos os dias, em diferentes estações, estávamos lá. Uma foto era tirada de cada um de nós, antes de sairmos de casa, para que lembrássemos a roupa que vestíamos, caso alguém fosse sequestrado ou preso.
A situação não estava fácil. Pior estaria se não lutássemos, se nos mantivéssemos inertes. Meu irmão não podia mais estudar. A escola não abria, faziam dois meses. O número de empregos diminuía constantemente, e as contas não paravam de chegar. Cortaram telefone, luz, água...
Estávamos morando num cortiço. Ver meu pequeno irmão deitado num papelão me deprimia. Encolhido, tentava se aquecer em meus braços. Apertei-o fortemente, beijei sua testa e levantei.
No outro cômodo, estava minha amiga, abraçada ao seu bebê, junto com seu marido, dormindo entre papelões também. Ele acordou:
-Aonde você vai?
Antes que pudesse perguntar algo mais, joguei-lhe a câmera para que, como de costume, tirasse uma foto minha antes de sair. Ele me olhou tristemente, mas mantive-me firme. A foto saiu tremida, pois não esperei que terminasse de batê-la.
Saí para as ruas. Talvez para não mais voltar.
A Revolução começara.
2 rabiscos:
Revolution, baby!!
change your mind
change your life
change the World
Muito bommmmm!
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