Embora pensasse que eu mesma padeceria do mal de Ismália, não posso deixar de imaginá-lo em sua torre. Não vislumbrava a queda, mas o espaço. Eu compreendo, mas não aceito. Não associo sua imagem ao fato. A silhueta por baixo do alumínio não era sua. Porque você já não estava mais lá. Dispersou-se. Libertou-se?
Será que houve tempo para arrependimento?
Será que o impacto doeu mais que a dor que continha no peito?
Será que o vazio em você era maior do que este que deixou em nós?
Pergunto-me se por trás do "oi" tímido, transparecia a admiração e carinho que tinha.
Sinto-me triste e com todo o direito de sentir, por mais egoísta que seja, já que você se deu ao direito de sê-lo.
E estes versos ainda ecoam na minha mente...
As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par…
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar… (Alphonsus de Guimaraens)
rascunhado por
Ishikawa
3 rabiscos:
curioso.Os versos finais de Ismalia dizem "... as asas que Deus lhe deu..." ele chamava a si mesmo de Dedalus, o pai de Icaro
Não sei se mais curioso do que irônico.
Não consigo associar nada, não consigo acreditar. Apenas sentir a perda. Será melhor assim?
Ismália anda perseguindo
Toda vez que volto p/ casa
está ela la na estação de metro
exposta a luz
embora sem alma
numa forma que me olha
escrita na parede..
Qm inventou poema dentro do metro!!!!
Na verdade eu devia perguntar, qm inventou Ismália em uma torre.
Postar um comentário